segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

O romance Pedro Páramo do escritor mexicano Juan Rulfo


O romance Pedro Páramo do escritor mexicano Juan Rulfo
O romance Pedro Páramo foi escrito em 1955 por Juan Rulfo.
        Que “ingenio” possui esta obra para que Gabriel García Márquez se inspirasse e escrevesse em 1967 Cem Anos de Solidão?

            Qual seria o tema? Como foi construída sua narrativa?

            Em Pedro Páramo, o tema pode ser: o eterno retorno, a busca pelo pai, a busca da identidade, o paraíso perdido da infância, a destruição do éden nativo, e as ilusões perdidas. Na simultaneidade dos planos narrativos, a história do povoado de Comala não segue a ordem cronológica, nem pode ser entendida em uma só perspectiva.
          Na primeira parte do romance, em um povoado abandonado, encravado no meio rural mexicano, Comala, o jovem Juan Preciado vai à procura de seu pai, Pedro Páramo. Através das lembranças de sua mãe, vai descobrindo a memória histórica do povoado onde nasceu. Porém a voz materna confunde-se com uma série de outras “vozes” que a interrompem e abrem caminho para a segunda parte do romance.
            A partir desse momento, a narrativa passa à terceira pessoa, as lembranças e as recordações passam a ser coletivas. Entre recordações, vozes e murmúrios, desenvolve-se a história do cacique Pedro Páramo e das demais personagens.
        Pedro Páramo não é um romance histórico, contudo a historia é um elemento relevante, e ao povoado chegam ecos do mundo exterior. A Revolução mexicana (1910 – 1920) e a Guerra Cristera (1926 – 1929) encontram Comala e os efeitos são desastrosos. Com calculado oportunismo, o cacique Pedro Páramo apóia causas contraditórias que contribuirão para a sua fortuna pessoal. Rulfo se utiliza da história, mas apenas como pano de fundo.
         Quando chega a Comala, Juan Preciado logo se dá conta de que o povoado responde a outra lógica temporal e espacial. O tempo cronológico e o espaço físico ficam para trás, o mito pede passagem.


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