O romance Pedro Páramo do escritor mexicano Juan
Rulfo
O romance Pedro
Páramo foi escrito em 1955 por Juan Rulfo.
Que
“ingenio” possui esta obra para que Gabriel
García Márquez se inspirasse e escrevesse em 1967 Cem Anos de Solidão?
Qual seria o tema? Como foi construída sua narrativa?
Em
Pedro Páramo, o tema pode ser: o
eterno retorno, a busca pelo pai, a busca da identidade, o paraíso perdido da
infância, a destruição do éden nativo, e as ilusões perdidas. Na simultaneidade
dos planos narrativos, a história do povoado de Comala não segue a ordem
cronológica, nem pode ser entendida em uma só perspectiva.
Na primeira parte do romance, em um
povoado abandonado, encravado no meio rural mexicano, Comala, o jovem Juan
Preciado vai à procura de seu pai, Pedro Páramo. Através das lembranças de sua
mãe, vai descobrindo a memória histórica do povoado onde nasceu. Porém a voz
materna confunde-se com uma série de outras “vozes” que a interrompem e abrem
caminho para a segunda parte do romance.
A
partir desse momento, a narrativa passa à terceira pessoa, as lembranças e as
recordações passam a ser coletivas. Entre recordações, vozes e murmúrios,
desenvolve-se a história do cacique Pedro Páramo e das demais personagens.
Pedro Páramo não é um romance histórico,
contudo a historia é um elemento relevante, e ao povoado chegam ecos do mundo
exterior. A Revolução mexicana (1910 – 1920) e a Guerra Cristera (1926 – 1929)
encontram Comala e os efeitos são desastrosos. Com calculado oportunismo, o
cacique Pedro Páramo apóia causas contraditórias que contribuirão para a sua
fortuna pessoal. Rulfo se utiliza da história, mas apenas como pano de fundo.
Quando chega a Comala, Juan Preciado logo se
dá conta de que o povoado responde a outra lógica temporal e espacial. O tempo
cronológico e o espaço físico ficam para trás, o mito pede passagem.
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